hipertensao-postural

  • O que é hipotensão postural?

    A hipotensão postural caracteriza-se pela queda súbita na pressão arterial quando o indivíduo se levanta ao estar sentado ou deitado. Um dos principais sintomas é a tontura. Chamada popularmente de “pressão baixa”, a condição aparece com mais frequência na população idosa — abrangendo aproximadamente 20% dos indivíduos acima dos 65 anos segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Entretanto, adultos também podem ser acometidos pelo mal-estar.

    A hipotensão postural ocorre quando o retorno de sangue para o coração é reduzido abruptamente por ação gravitacional, sem a ação imediata dos mecanismos adaptativos. Esses mecanismos adaptativos para normalizar o retorno do sangue ao coração podem se tornar falhos ou lentificados, como ocorre em idosos, por exemplo. A hipotensão postural pode causar danos graves ao paciente não pela sua causa, mas sim pela consequência. O paciente com hipotensão postural geralmente perde a consciência transitoriamente (síncope) e pode sofrer traumatismo craniano, fraturas e escoriações, por vezes graves e até fatais.

    Confira a seguir mais informações sobre a hipotensão postural cedidas pelo cardiologista Dr. Henrique Grinberg.

  • O que causa hipotensão ortostática?

    Alguns fatores que podem contribuir para o surgimento da hipotensão ortostática são:

    • Gestação;
    • Hemorragia;
    • Hipovolemia;
    • Desidratação;
    • Doença renal;
    • Jejum prolongado;
    • Mudança de altitude;
    • Reação alérgica grave;
    • Distúrbios neurológicos;
    • Septicemia (infecção grave);
    • Casos de queimadura grave;
    • Ingestão excessiva de bebida alcoólica;
    • Faixa etária, principalmente na população idosa;
    • Exposição a temperaturas altas, sobretudo no verão;
    • Anemia ocasionada por falta de ácido fólico ou vitamina B2;
    • Distúrbios alimentares (como anorexia e bulimia, por exemplo);
    • Levantar-se bruscamente após ficar muito tempo sentado ou deitado;
    • Reação ao uso de medicamentos como os diuréticos, vasoilatadores e antidepressivos;
    • Distúrbios endocrinológicos, como os da tireóide, hipoglicemia e a insuficiência adrenal;
    • Doenças cardiovasculares, tais como as arritmias, insuficiência cardíaca e o ataque cardíaco (infarto do miocárdio).

    Na maioria dos casos, a hipotensão postural surge em decorrência de fatores externos (como a desidratação, exposição a temperaturas altas e o uso de certos medicamentos). No entanto, ela faz parte de um contexto mais amplo, em pacientes complexos com múltiplas comorbidades e por isso merece atenção especial e ajuste dos fatores deflagradores, visando reduzir o risco de consequência graves.

  • Quais são os sintomas da hipotensão postural?

    Geralmente, as pessoas apresentam os sintomas de hipotensão postural com a pressão arterial é inferir a 90/60. Os principais sinais de hipotensão postural são:

    • Tontura;
    • Náusea;
    • Cansaço;
    • Fraqueza;
    • Sonolência;
    • Visão turva;
    • Sudorese fria;
    • Dor de cabeça;
    • Desmaio (síncope);
  • O que fazer na hipotensão postural?

    Quando uma pessoa tem um episódio de hipotensão postural é importante que alguns cuidados imediatos sejam tomados para que ela consiga se estabilizar. Confira abaixo algumas dicas para cuidar daqueles que têm hipotensão ortostática:

    • Sentar o paciente ou até mesmo deitá-lo e elevar as pernas
    • Beber um copo de água gelada
    • Evitar locais quentes e abafados
    • Comunicar o médico ou levar a um serviço de saúde para avaliação

    Após esse cuidado inicial é importante se consultar com um cardiologista de confiança para que o profissional possa avaliar o paciente, controlar os mecanismos deflagradores, realizar diagnóstico diferencial e orientar quanto às medidas preventivas.

  • Como é feito o diagnóstico de hipotensão postural?

    O diagnóstico da hipotensão ortostática é feito através da história clínica. O exame físico é de grande valia quando a pressão arterial é medida deitado e comparada com a medida em posição ortostática após 3 minutos. Além disso, através do exame físico, o diagnóstico diferencial é feito, assim como os exames complementares. O exame que documenta a hipotensão postural é chamado de Tilt Table Test. Exames frequentes na avaliação da  hipotensão postural são:

    • Eletrocardiograma
    • Glicemia capilar
    • Ecocardiograma
    • Holter
    • Exames de sangue
    • Teste de inclinação ortostática (Tilt table test)
    • Monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA)
    • Tomografia de crânio
  • Como é realizado o tratamento da hipotensão postural?

    O tratamento da hipotensão postural consiste em sentar e até mesmo deitar elevando as pernas do paciente. Após a reversão do quadro, a identificação do fator deflagrador é fundamental, por exemplo suspender o diurético de idoso que ingere pouca água no verão e usa medicamentos antihipertensivos.

    Em alguns casos, é possível adotar outros métodos a depender da gravidade do caso. Alguns deles são:

    • Uso de meias compressoras;
    • Administração de hidratação venosa;
    • Indicação de remédios específicos para melhorar o mecanismos adaptativos;
    • Alterar ou reduzir os medicamentos que estão causando a pressão baixa.

    Além disso, algumas mudanças na rotina do paciente podem contribuir para a redução dos sintomas de hipotensão postural, são elas: realizar atividades físicas regularmente, manter uma alimentação balanceada com consumo moderado de sal, evitando jejum prolongado, garantir hidratação diária e dormir com a cabeceira da cama elevada — principalmente no caso de pacientes idosos.

    A hipotensão postural pode ser causa de traumatismos, fraturas e escoriações graves. Muitas vezes, ocorre em idosos com diversas comorbidades e uso de múltiplos medicamentos o que torna o caso complexo. Por isso, a hipotensão postural não deve ser negligenciada e sim ser encarada com seriedade e prudência na avaliação médica específica e ajuste preciso. Caso tenha restado alguma dúvida, entre em contato e agende uma consulta.

    Fontes

    Ministério da Saúde;

    Instituto Nacional de Cardiologia (INC);

    Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).