A fibrilação atrial é um tipo de arritmia cardíaca que combina três características alarmantes para qualquer doença: é comum, requer cuidados específicos e pode confundir com outras arritmias. Por isso, saber reconhecê-la é crucial para o tratamento adequado quanto antes.
Fatores de risco como idade avançada, obesidade, cardiopatias em geral, tabagismo, consumo excessivo de álcool e uso de estimulantes colaboram para o desenvolvimento da fibrilação atrial, sendo necessário acompanhamento cardiológico. Confira a seguir como identificar e tratar a fibrilação atrial.
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O que é fibrilação atrial?
O coração é um órgão que depende de estímulos elétricos para contrair e relaxar de uma forma rítmica e isso é garantido pelo nó sinusal, que fica localizado no átrio direito. Todo estímulo elétrico originado no nó sinusal se propaga para o coração e permite que ele exerça suas funções de forma rítmica e ordenada. A fibrilação atrial acontece quando há desorganização dessa atividade elétrica.
Sem o estímulo elétrico dito como normal, os átrios não se contraem adequadamente, apenas fibrilam. Com isso, o fluxo sanguíneo se torna turbilhonado, condição fértil para a formação de coágulos que podem migrar pela circulação e se alojar em locais como o cérebro, provocando o acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrama cerebral.
Quais são os sintomas da fibrilação atrial?
Uma das principais características dessa arritmia é que ela não impede o funcionamento do coração. Sendo assim, o órgão continua relaxando e contraindo, porém, fora de ritmo e geralmente com frequência elevada.
O principal sintoma é palpitação, também conhecido como “batedeira” ou taquicardia. Todavia, outros sintomas são comumente referidos:
- Fraqueza;
- Falta de ar;
- Dor no peito;
- Tontura;
- Cansaço excessivo.
Como é feito o diagnóstico da fibrilação atrial?
O exame físico sempre será o principal exame para identificar situações anormais no batimento cardíaco. Para a confirmação diagnóstica, o médico solicitará o eletrocardiograma. Algumas vezes o diagnóstico é feito pelo Holter de 24 hs, principalmente quando a doença aparece de forma intermitente ao ritmo sinusal. Nesses casos chamamos a de fibrilação atrial paroxística.
É importante ressaltar que a realização de um check-up periódico pode detectar a doença ou até mesmo incentivar medidas de prevenção.
Qual é o tratamento para essa arritmia?
O tratamento depende do tempo em que a doença se apresenta, menor do que 48 hs ou não, e da condição clínica do paciente na vigência da arritmia. Com essas informações colhidas durante a anamnese e o exame físico definimos a estratégia de tratamento. Nesse contexto utilizamos medicamentos para controlar e reduzir a frequência cardíaca, outros medicamentos para reverter o ritmo de fibrilação atrial para o ritmo sinusal (normal) e em caso de instabilidade clínica, em que a fibrilação atrial é grave, utilizamos a cardioversão elétrica (choque no peito) como método seguro, rápido e eficaz.
Outra implicação muito importante dessa doença é a chance de ocorrer um evento tromboembólico, ou seja, a possibilidade de coágulos formados nos átrios migrarem pela circulação e causar AVC e outras formas de oclusão arterial. Para prevenir essa grave consequência utilizamos medicamentos anticoagulantes com indicação caso a caso.
Outra ferramenta para o tratamento é a ablação por radiofrequência. Esse procedimento invasivo é realizado por médico cardiologista especializado em Eletrofisiologia. Pacientes que possuem fibrilação atrial recorrente e refratário à terapia medicamentosa isolada podem se beneficiar da ablação.
Pacientes mais jovens, que possuem o átrio esquerdo pequeno são os melhores respondedores dessa terapia. Geralmente o foco da desorganização elétrica que leva a fibrilação atrial é ao redor das veias pulmonares, portanto, a ablação por radiofrequência visa isolar essa região e tratar a fibrilação.
Segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), a estimativa é de que 5 a 10% dos brasileiros terão fibrilação atrial. Isso reforça a importância de fazer o check-up anualmente e de valorizar os sintomas para tratar a doença com agilidade e efetividade.
Fonte: Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC).