A hipertensão arterial é um fator de risco maior para as doenças cardiovasculares. As doenças mais temidas com alta morbimortalidade são diretamente ligadas à hipertensão arterial. Infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, insuficiência cardíaca, aneurisma de aorta, dissecção de aorta, entre outras, são alguns exemplos. Portanto, tratar adequadamente a hipertensão arterial é de suma importância no contexto da cardiologia preventiva. Entendemos que o tratamento da hipertensão arterial deve ser multifatorial, contemplando também as medidas não farmacológicas como pilares importantes para o sucesso terapêutico. Remédio antihipertensivo é necessário, contudo não isoladamente.
Leia abaixo as recomendações nutricionais que impactam no controle da pressão arterial:
- Plano alimentar saudável e sustentável, entenda como reeducação alimentar. Comer as refeições principais ( café da manhã, almoço e jantar ) e entre as refeições.
- Dietas radicais não são sustentáveis e geralmente há descontinuidade e abandono.
- A escolha de um padrão alimentar adequado traduz sinergismo entre os nutrientes, excluindo a idéia de focar em restrição de um só elemento ( exemplo o sódio ).
- Saber montar o prato é de fundamental importância. A escolha dos alimentos deve ser baseada na característica nutricional de cada alimento e a quantidade deve ser controlada.
- A dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) é o padrão alimentar mais recomendado para o tratamento da pressão arterial – frutas, hortaliças e laticínios com baixo teor de gordura; inclui a ingestão de cereais integrais, frango, peixe e frutas oleaginosas; preconiza a redução da ingestão de carne vermelha, doces e bebidas com açúcar. Ela é rica em potássio, cálcio, magnésio e fibras, e contém quantidades reduzidas de colesterol, gordura total e saturada. A adoção desse padrão alimentar reduz a pressão arterial.
- A dieta do mediterrâneo rica em frutas, hortaliças e cerais integrais, também possui quantidades generosas de azeite de oliva (fonte de gorduras monoinsaturadas) e inclui o consumo de peixes e oleaginosas, além da ingestão moderada de vinho ( controversa no tratamento da hipertensão arterial ). A adoção dessa dieta parece reduzir a pressão arterial. Além disso, a dieta do mediterrâneo mostrou benefício na redução do risco cardiovascular global na profilaxia primária e secundária.
- A dieta vegetariana rica em alimentos de origem vegetal, em especial frutas, hortaliças, grãos e leguminosas; excluem ou raramente incluem carnes; e algumas incluem laticínios, ovos e peixes. A dieta vegetariana parece se associar à redução da pressão arterial.
- O consumo de sódio deve ser controlado. Consumir até 2 gramas por dia de sódio é o ideal para hipertensos. O brasileiro consome em média 11,4 gramas por dia de sódio.
- Alimentos industrializados, enlatados, embutidos e os que são preparados fora de casa (restaurantes por exemplo) contém grande quantidade de sódio. Cuidado com o consumo desses produtos rotineiramente e com o hábito de comer em restaurantes, você pode estar ingerindo sódio em excesso.
- O consumo regular de bebida alcóolica eleva a pressão arterial, portanto é recomendado evitar o consumo de alcóol para reduzir a pressão arterial.
- O café, embora contenha cafeína, substância cardioestimulante, contém polifenóis que auxiliam no controle da pressão arterial. O consumo moderado de café ( até 600 ml por dia ) não se correlacionou com o aumento da pressão arterial em estudos publicados recentemente.
- Ácidos graxos insaturados, fibras, oleaginosas, lacticínios, vitamina D, alho, chá verde, chocolate amargo, são produtos que contém elementos hipotensores e portanto fazem parte da dieta DASH.
Fonte: 7 Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial – Arq Bras Cardiol 2016 107 (3 Supl.3):1-83