Com o envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida do brasileiro, aumentará o número de idosos nos serviços de saúde, principalmente à procura de um médico cardiologista pela alta prevalência de doença cardiovascular nessa faixa etária. Todo atendimento requer máxima atenção e dedicação, sobretudo nos idosos que possuem características peculiares e de alta complexidade. Nesse post vou citar alguns detalhes importantes no cuidado do idoso.
- Dificuldades na anamnese: déficits de memória e audição, confundindo queixas importantes para a formulação da hipótese diagnóstica.
- Dificuldade no exame físico: peculiaridades próprias dos idosos com variações anatômicas adaptativas que desafiam o médico a beira leito.
- Limitações para execução de alguns exames dificultam a captação de dados para a elaboração das hipóteses diagnósticas.
- Os medicamentos agem com diferenças em sua distribuição, metabolização e eliminação, repercutindo em sua ação e efeito no organismo do idoso, sendo necessário ajuste de doses e até mesmo evitar algumas associações.
- Comorbidades e doenças associadas levam ao maior número de medicamentos e consequentemente interações medicamentos e efeitos adversos. Isso requer atenção permanente na prescrição terapêutica.
O cardiologista deve estar familiarizado com esse padrão de atendimento para oferecer precisão e segurança nas condutas. Sugiro aos pacientes idosos, seus familiares e cuidadores andarem sempre com a cópia da receita em mãos e se possível com um resumo do quadro clínico, assim como o contato dos médicos que o atendem. Isso facilita o atendimento e repercute de forma positiva nas condutas.