Imagem ilustrativa da insuficiência mitral

  • O que é insuficiência mitral?

    A insuficiência mitral, conhecida também como regurgitação mitral, ocorre quando a válvula mitral tem seu funcionamento prejudicado, causando alterações na circulação sanguínea.

    A válvula mitral separa o átrio esquerdo do ventrículo esquerdo. Quando ela não se fecha totalmente ocorre o retorno de parte do sangue do ventrículo para o átrio esquerdo, caracterizando a insuficiência mitral.

    Quanto maior o volume de sangue regurgitado, maior é a sobrecarga de volume imposta às câmaras esquerdas do coração. A elevação das pressões de enchimento do ventrículo esquerdo é o mecanismo fisiopatológico da insuficiência cardíaca, levando a sintomas desagradáveis e prejuízo na qualidade de vida. Saiba mais a seguir!

  • Quais são os sintomas da insuficiência mitral?

    Em muitos casos, e no início da história natural da doença, os pacientes são assintomáticos. Na evolução, alguns pacientes desenvolvem sintomas de insuficiência cardíaca. O principal sintoma é a falta de ar progressiva aos esforços, falta de ar para se deitar e queda de performance nos exercícios. Veja abaixo os principais sintomas relacionados à insuficiência mitral.

    • Falta de ar, que é mais intensa durante esforço físico ou ao deitar-se;
    • Cansaço persistente;
    • Tosse, principalmente ao deitar-se;
    • Palpitações ou sensação de coração acelerado;
    • Inchaço nos pés e tornozelos.

    Esses sintomas, quando presentes direcionam o raciocínio médico para a doença do coração síndrome de insuficiência cardíaca. Outros detalhes da história clínica e os dados do exame físico (muito rico na insuficiência mitral), ajudam na determinação da causa da insuficiência cardíaca, sendo fundamentais no diagnóstico da insuficiência mitral.

  • Quais as causas da regurgitação mitral?

    As duas principais causas de insuficiência mitral na população são o prolapso da valva mitral e a febre reumática, essa última ainda uma realidade nos países em desenvolvimento como o Brasil. Em menor escala, mas não menos importante, são a endocardite infecciosa, isquemia do músculo papilar e miocardiopatias.

  • Como é realizado o diagnóstico?

    O diagnóstico é feito na maioria das vezes através da história clínica e exame físico. Os sintomas acima citados direcionam para a síndrome de insuficiência cardíaca e o exame físico, na identificação de um sopro característico, determina a causa valvar mitral.

    É comum e necessário complementar a avaliação clínica com alguns exames complementares como o eletrocardiograma de repouso, a radiografia de tórax, exames de sangue e o ecocardiograma. Esse último é fundamental na confirmação diagnóstica, além de graduar a insuficiência mitral, traz elementos muito importantes para a estratificação do risco e para a tomada de decisão terapêutica.

  • Após a confirmação do diagnóstico de insuficiência mitral o tratamento é determinado caso a caso. A grande maioria dos pacientes são tratados de forma conservadora, sem necessidade de intervenção invasiva imediata. Observação clínica de perto, medicamentos específicos, reabilitação cardiovascular, tratamento odontológico periódico, são protagonistas no tratamento da grande maioria dos pacientes.

    O tratamento intervencionista invasivo é uma ferramenta de enorme valia para casos mais complexos como em pacientes com insuficiência cardíaca instalada e naqueles que desenvolvem insuficiência mitral abruptamente.

    Nesses casos de insuficiência mitral aguda (ruptura de músculo papilar pós infarto, ruptura de cordoalha tendínea em pacientes com prolapso da valva mitral com degeneração mixomatosa, perfuração do folheto mitral por endocardite infecciosa, etc.), a cirurgia de urgência é mandatória para a garantia da sobrevida.

    Em linhas gerais há dois tipos de cirurgia, a plástica da valva mitral, também chamada de valvoplastia e a troca de valva mitral por uma prótese. Depende caso a caso qual procedimento indicar.

    Com a revolução tecnológica costurada às inovações em saúde, surge e avança os tratamentos minimamente invasivos da insuficiência mitral. Uma realidade na prática clínica é o mitraclipⓇ dispositivo de utilização percutânea (através de cateterismo) que possibilita tratar a insuficiência mitral sem a necessidade de abertura cirúrgica do tórax. Esse procedimento tem as suas indicações e contraindicações, contudo pode ser favorável aos pacientes idosos, com múltiplas comorbidades em que o risco cirúrgico é muito alto.

    A indicação do tratamento mais adequado para insuficiência mitral depende de diversas variáveis. Procure o cardiologista da sua confiança para esclarecimentos sobre qual alternativa terapêutica é a mais indicada no seu caso.

     Fonte:

    Hospital Sírio Libanês;

    Sociedade Brasileira de Cardiologia;

    Cardiopapers.