Os fatores de riscos para as doenças cardiovasculares devem ser controlados e/ou eliminados.
A hipertensão arterial sistêmica é um dos principais fatores de risco controláveis para infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, arritmias, doenças da aorta, AVE ( acidente vascular encefálico ) isquêmico e hemorrágico, entre outras complicações importantes como a retinopatia, a insuficiência renal e a doença arterial periférica. O diagnóstico e o tratamento da hipertensão arterial estão muito bem estabelecidos atualmente, além das atualizações sobre o tema serem frequentes. Controlar a pressão arterial é fundamental na prevenção de suas complicações e impactando na qualidade de vida e sobretudo na sobrevida.
O tabagismo é o principal fator de risco eliminável não só para as doenças cardiovasculares, como também para diversas outras graves doenças como o câncer. Não fumar ou abandonar o cigarro após anos de exposição, reduz risco. Todas as medidas públicas e legislativas antitabágicas implementadas anos atrás surtiram efeito e atualmente a prevalência de tabagistas diminuiu no Brasil e no mundo, beneficiando a saúde das pessoas e dessa forma reduzindo os altos custos com a saúde. Criar educação em saúde sobre os malefícios do cigarro, limitar os locais permitidos aos tabagistas e aumentar os impostos que incidem sobre o cigarro são medidas interessantes e que vem se mostrando eficazes no combate ao cigarro. O sucesso de tais medidas serviu de exemplo para o combate ao açucar e carbohidratos industrializados que devem sofrer austeridade em breve no intuito de prevenir a obesidade, o diabetes e suas desastrosas consequências cardiovasculares. O tabagismo tem tratamento e deve se iniciar quando há contemplação positiva por parte do fumante.
O hipertenso que fuma está na contramão da promoção da saúde. Os riscos se sobrepõem de forma sinérgica na elevação do risco cardiovascular e são capazes de causar sérios problemas. Recentemente a mídia veiculou a evolução hospitalar da ex primeira dama MLLS, falecida pelas complicações de um acidente vascular hemorrágico (AVCh), no caso hemorragia subaracnoídea, devido à ruptura de um aneurisma. Não afirmo com convicção a relação de causa e efeito entre hipertensão arterial/tabagismo e o AVCh sofrido por MLLS, contudo essa relação é bastante conhecida e a probabilidade desses fatores terem participação no evento é expressiva.
Vigilância em saúde contempla atenção aos níveis pressóricos e responsabilidade no tratamento quando indicado. Evitar ou eliminar o cigarro é premissa básica. Dessa forma, o risco de eventos será menor e a saúde promovida com o sinergismo direcionado para a prevenção de doenças, qualidade de vida e sobrevida. Estreitar a relação médico-paciente e sobretudo seguir as recomendações é conduta eficaz na redução do risco de eventos cardiovasculares. Isso é promover a saúde.