Infarto, enfarte, ataque cardíaco: não importa o nome, o problema é o mesmo. O coração é um músculo que depende de sangue e oxigênio para funcionar. O Infarto Agudo do Miocárdio ocorre quando o coração deixa de receber sangue e oxigênio por uma das artérias. Isso pode acontecer com o entupimento parcial ou total das artérias, causado por coágulos formados a partir da ruptura de uma placa de gordura, presente na parede da artéria coronária.
A partir do momento em que o coração para de receber sangue por meio das artérias, inícia-se um processo de morte celular e necrose. Se não socorrido a tempo, o paciente pode evoluir para um grau mais complicado e até a parada cardíaca. Por isso, é de extrema importância ficarmos atentos aos sintomas do infarto e pedir por socorro ao desconfiar de um. Isso porque no caso de um infarto ou parada cardíaca, cada segundo faz diferença para a vida e a recuperação do paciente.
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Uma triste estatística
Os números são assustadores: a cada 40 segundos, uma pessoa morre no Brasil em decorrência de uma doença cardiovascular. Problemas como o infarto, o acidente vascular cerebral (AVC), a hipertensão arterial e outras doenças do coração são responsáveis por 29% das causas de morte no país, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Vocês saibam que as doenças cardiovasculares causam mais mortes do que todos os tipos de câncer juntos? Dados da SBC estimam que em 2016, no Brasil, cerca de 350 mil pessoas morreram de complicações cardiovasculares, similar ao que ocorre em outros países. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) as doenças cardiovasculares são as que mais matam em todo o mundo. Apesar dos dados espantosos, a boa notícia é que o risco de ocorrer um problema cardíaco pode ser reduzido com um estilo de vida saudável.
Sintomas do Infarto
Saber identificar os sinais do infarto é essencial. O ataque cardíaco é detectado através da interpretação dos sintomas, sobretudo pela dor no peito intensa. Veja a seguir os detalhes dos principais sinais de um infarto. Os sintomas podem durar apenas alguns minutos ou persistirem por horas. Entretanto é importante lembrar que cada segundo é determinante para que o problema não se agrave.
- Dor Torácica: É o sintoma mais comum e mais conhecido. A dor no peito geralmente é em peso, ou em aperto/opressão, as vezes em queimação ou, menos comum, em pontadas. Geralmente a dor se concentra no lado esquerdo do peito, próximo ao coração, mas também pode ser sentida no meio do peito ou na região da “boca do estômago”. A dor pode irradiar para o braço esquerdo, axila, abdome, pescoço, maxilar e para as costas.
- Suor frio: Um sinal também muito comum é a sudorese ou suor frio, que aparece de forma repentina, associado à dor no peito. Junto com o suor frio também é comum palidez e sensação de fraqueza.
- Tontura, vertigens, náuseas e falta de ar: São sintomas que podem se associar à dor torácica.
Sintomas em Mulheres
As mulheres podem ter indícios de um ataque cardíaco diferente de homens, o que chamamos de manifestações atípicas. Enquanto no sexo masculino os sinais mais frequentes são a dor no peito e suor frio, as mulheres podem ter, além do desconforto no peito, náusea, falta de ar, fadiga e cansaço, alteração nos batimentos cardíacos, sensação estranha tipo “agonia”. É importante ficar atento, porque os sintomas são mais sutis, mas o risco é igual. Portanto, se desconfiar de algum dos sinais descritos, procure ajuda.
O que fazer se identificar que eu estou tendo um infarto?
Se você percebeu os sintomas acima, o primeiro passo é chamar por ajuda. Além disso é importante não fazer nenhum tipo de esforço físico e ficar o mais confortável possível, respirando de forma calma e profunda. Caso não seja alérgico,tome 3 comprimidos (300g) de ácido acetilsalicílico (AAS = aspirina). O medicamento inibe as plaquetas e ajuda a afinar o sangue, auxiliando na restaurar o fluxo sanguíneo ao coração. Encaminhar o paciente a um serviço de emergência o quanto antes é mandatório.
Em caso de parada cardíaca, o que fazer?
A massagem cardíaca na verdade, são compressões torácicas que ajudam o coração parado a bombear o sangue para garantir algum grau de fluxo sanguíneo para os órgãos vitais, sobretudo o cérebro. Ela é de extrema importância e pode ser determinante na recuperação do paciente com morte súbita. Por isso é indispensável que todos saibam fazer uma massagem cardíaca bem feita. Há cursos padronizados que ensinam o protocolo de suporte básico de vida, também para leigos saberem como agir em uma situação grave como essa. Sugiro que todos façam o curso e recebam o certificado de “o bom samaritano”.
Se o indivíduo desmaiou, tente despertá-lo apertando e mexendo em seus braços. Se não houver resposta, veja se a pessoa está respirando. Para isso, aproxime o seu ouvido do nariz e da boca do indivíduo e ouça se o ar está saindo pelas vias respiratórias. Se ela não estiver respirando, é hora de começar a massagem cardíaca. O melhor é que haja mais de uma pessoa para ajudar, pois o processo é difícil e cansativo. Caso você esteja sozinho, certifique-se de chamar ajuda médica antes de começar o procedimento.
Para começar a massagem cardíaca, o paciente deve estar deitado com as costas em uma superfície plana e firme. Posicione a cabeça do indivíduo para trás e abra a sua boca, permitindo a passagem do ar. Em seguida, apoie as mãos no meio do peito da pessoa, entre os mamilos. Com as mãos espalmadas e os braços esticados, utilize o peso do próprio corpo para empurrar o tórax para baixo.
O ideal é que o peito desça 5cm, dessa forma o coração pode ser comprimido. Retire o peso e deixe o tórax voltar para a posição inicial. Isso é importante para que o coração se encha mais uma vez com sangue. Depois volte a comprimir o peito na frequência de 100 compressões por minuto e de forma ritmada. O ideal é revezar a massagem com outra pessoa, pois é bem cansativo. A massagem cardíaca deve ser feita até que o socorro médico chegue.
Como evitar o infarto
Como já foi dito, um estilo de vida saudável diminui os riscos de um infarto ocorrer. Praticar bons hábitos, traz segurança de uma vida mais saudável e sob menor risco cardiovascular.
Tabagismo
De acordo com dados do Ministério da Saúde, o tabagismo está relacionado a 25% das mortes por infarto. O fumante tem até 3 vezes mais chance de sofrer um ataque cardíaco em relação aos que não fumam. Parar de fumar é fundamental para reduzir o risco de infarto e morte.
Hipertensão Arterial
A Hipertensão Arterial é um fator de risco maior para infarto do miocárdio e AVC, além de arritmia cardíaca, insuficiência renal, etc. O tratamento deve ser feito com medicamentos e hábitos saudáveis. Mudança na alimentação, redução do consumo de sal, não fumar e praticar exercícios regulares. Essas são medidas imprescindíveis para controlar a pressão arterial, melhorando a qualidade e a expectativa de vida.
Colesterol Alto
O excesso de colesterol no sangue é muito prejudicial e aumenta os riscos de um infarto. Alguns dos fatores que aumentam o colesterol são a genética, a dieta, o sedentarismo, a obesidade, entre outros. Os exames de rotina solicitados nas consultas médicas periódicas, permitem melhor analisar as taxas de colesterol. Assim é possível definir as metas individualizadas e personalizar o tratamento. De modo geral, é necessário uma dieta saudável (recomenda-se a Dieta do Mediterrâneo), atividade física regular, controle do peso corporal e medicamentos.
Diabetes
O diabetes é o aumento da glicemia acima de 126 mg/dL. Ela pode acontecer por destruição das células beta pancreáticas com falta de insulina no sangue (diabetes tipo1). Outra possibilidade é a resistência à ação da insulina no transporte de glicose para dentro da célula (diabetes tipo2). De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, o diabético possui duas a quatro vezes mais risco de morrer por doença cardiovascular, como infarto e AVC. Para evitar o mal, é imprescindível o tratamento rigoroso do diabetes com atividade física, dieta hipocalórica (sugere-se a dieta do mediterrâneo) e tratamento medicamentoso, visando controle rigoroso da glicemia. O diabético que controla a glicemia e o peso corporal pode reduzir a mortalidade por problemas cardiovasculares em até 80%.
Outros fatores
Outros fatores como obesidade, sedentarismo e a idade também aumentam a probabilidade de um infarto. A obesidade e o sedentarismo são fatores modificáveis, que na readequação dos hábitos de vida devem ser eliminados.
Vocês perceberam que a fórmula ideal para fugir do infarto e das demais doenças cardiovasculares é ter um estilo de vida saudável. Controlar os fatores de risco como hipertensão arterial e diabetes e eliminar o cigarro é super importante. Além disso, faça consultas médicas periodicamente, onde exames são analisados e os ajustes são feitos. Identificar os sinais do infarto é fundamental para que o tratamento seja mais rápido e preciso. Agora é com você!