Coronavírus e cardiologia
Todos nós estamos sujeitos a contrair o novo coronavírus. Mas a doença se manifesta de diferentes maneiras em cada organismo, afetando, de forma mais agressiva, principalmente, uma parcela da população considerada como grupo de risco. Não só os idosos estão mais suscetíveis a ter complicações em decorrência da doença. Entram nessa parcela os hipertensos e cardiopatas.
Dentre os pacientes hospitalizados pelo coronavírus, 50% possuíam doenças crônicas sendo que 40% possuíam doença cardiovascular ou cerebrovascular. Houve casos de síndrome da angústia respiratória em quase 20% dos pacientes, arritmias cardíacas em mais de 16%, injúria miocárdica em mais de 7% e mais de 8% dos pacientes evoluíram com choque.
A infecção viral leva a uma série de reações responsáveis por desequilibrar doenças cardiovasculares que antes estavam compensadas. O aumento da demanda de O2 pode gerar sobrecarga cardíaca e piorar doenças como insuficiência cardíaca e a doença arterial coronariana. Em pandemias passadas por vírus respiratórios a mortalidade por doenças cardiovasculares chegou a ultrapassar todas as outras causas, ficando a frente de pneumonia em outras situações.
De forma geral, o Ministério da Saúde aconselha esses grupos de risco a respeitarem as orientações de isolamento domiciliar e a tomarem todos os cuidados de higiene. A vacina contra a gripe também é recomendada e a Campanha Nacional de Vacinação terá início no dia 23 de março, quando idosos e profissionais de saúde terão prioridade para se vacinarem.
A imunização também será priorizada para os demais grupos de risco e, apesar de não apresentar eficácia contra a Covid-19, é uma forma de prevenção para outros vírus, ajudando a reduzir a demanda de pacientes com sintomas respiratórios e acelerar o diagnóstico para o coronavírus.