Pressão Alta, ou hipertensão arterial, é um dos problemas de saúde que mais acomete os brasileiros, e por isso deve receber atenção especial. A pressão alta geralmente tem um componente hereditário, mas também está ligada a um estilo de vida com hábitos insalubres. De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 30 milhões de brasileiros sofrem com a doença cardíaca.
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O que é a Pressão Alta?
As artérias são revestidas internamente por uma camada fina de células, que é danificada quando a pressão arterial está alta. Com o passar do tempo, se o problema não for resolvido, os vasos sanguíneos vão enrijecendo e espessando. Isso favorece ao aumento da pressão arterial, dificultando a circulação do sangue para os órgãos e aumentando o trabalho do coração. O aumento do trabalho cardíaco leva à hipertrofia das suas células, aumentando a espessura das paredes do coração, um sistema circulatório mais rígido, menos complacente e a partir daí diversas consequências nocivas.
De acordo com as novas diretrizes de hipertensão arterial de 2017, pressão arterial elevada é considerada quando a medida da pressão sistólica (máxima) está entre 120 e 129 mmHg e da pressão diastólica (mínima) está entre 80 e 89 mmHg. Hipertensão arterial estágio 1 é definida pela pressão sistólica entre 130 e 139 mmHg e pressão diastólica entre 80 e 89 mmHg. Hipertensão estágio 2 é definida pela pressão sistólica igual ou acima de 140 mmHg e pela pressão diastólica igual ou acima de 90 mmHg. Para fins diagnósticos, a PA deve ser medida 2 a 3 vezes, em 2 a 3 ocasiões distintas. Se for utilizada a auto-medida ou a medida de outros profissionais, um check-list com 6 passos deve ser seguido, além de ser utilizado equipamento validado.
Doença e fator de risco
A hipertensão arterial é ao mesmo tempo uma doença e um fator de risco para o desenvolvimento de outros problemas cardiovasculares. Desse modo, ela deve receber uma atenção especial no controle rigoroso com hábitos saudáveis e quando necessário, o controle com medicamentos. O objetivo principal do tratamento da hipertensão arterial é prevenir infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, AVC (Acidente Vascular Cerebral), doenças renais crônicas, retinopatia, etc. De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Hipertensão, a hipertensão arterial se relaciona a 40% dos casos de infarto do miocárdio, 80% dos AVC e 25% dos casos de insuficiência renal terminal.
Grupos de risco
A hipertensão arterial possui um componente hereditário expressivo. A chance de ter pressão alta aumenta caso algum parente de primeiro grau também tenha. Desse modo, se alguém na sua família tem histórico de pressão alta, você deve ficar atento e monitorar sempre a sua pressão arterial. Contudo alguns fatores e maus hábitos também podem contribuir com a hipertensão arterial. Veja alguns a seguir:
- Sobrepeso e Obesidade
- Excesso no consumo de sal
- Excesso no consumo de álcool
- Tabagismo
- Sedentarismo
- Envelhecimento
- Distúrbios do sono
- Estresse
Sintomas da Pressão Alta
Na maioria dos casos a hipertensão arterial é silenciosa e não apresenta sintomas. Entretanto sintomas como tontura, falta de ar, dores de cabeça, dores no peito, palpitações e alterações na visão podem indicar aumento da pressão arterial.
Por isso é muito importante manter bons hábitos de vida e ficar atento a pressão arterial. Uma vez identificado pressão alta, procure ajuda médica para ser avaliado adequadamente e receber o tratamento personalizado.
Como evitar a Pressão Alta?
Como já foi dito anteriormente, além dos fatores hereditários, a hipertensão arterial também pode ser adquirida. Hábitos saudáveis podem ajudar no controle da pressão arterial.
- Redução do peso:
Se você tem sobrepeso ou obesidade, perder alguns quilos pode ajudar no controle da pressão arterial. Pessoas eutróficas, com o peso adequado para a estatura, retém menos sódio e sobrecarregam menos o sistema cardiovascular. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a hipertensão pode se manifestar 10 anos antes em pessoas com sobrepeso e obesidade; - Prática de atividades físicas
A prática de exercícios físicos ajuda no controle da pressão arterial, além de ser benéfico para uma série de outras doenças. Além disso, a atividade física também diminui os níveis de estresse, fator que contribui para o aumento da pressão arterial. Apenas 150 minutos por semana de exercícios aeróbicos, cíclicos, de intensidade moderada e executados regularmente, já impactam positivamente no sistema cardiovascular, contribuindo com a redução da pressão arterial. Diversos outros benefícios são alcançados com a regularidade da atividade física que impactarão consideravelmente na sua qualidade de vida; - Parar de fumar
Que os males do cigarro são inúmeros, nós já sabemos. Entretanto o tabagismo também contribui para o descontrole da pressão arterial, além de elevar muito o risco de eventos como infarto do miocárdio e AVC. - Alimentação saudável e sem excesso de sal
O sal é um mineral importante para o organismo e não deve ser eliminado da dieta. Entretanto o sal em excesso contribui para a retenção de líquidos, deixando o corpo mais inchado e pesado. O ideal é que o consumo diário de sal e outras formas de sódio não ultrapasse os 2.400mg por dia. E por falar em sódio, alimentos ricos nesse ingrediente também devem ser evitados. Refrigerantes, embutidos, carnes salgadas, frituras e queijos em geral devem ser substituídos por uma dieta rica em frutas, legumes, verduras, cereais integrais e laticínios de baixo teor de gordura como queijos brancos e iogurtes desnatados. Esses alimentos são ricos em potássio, cálcio, magnésio e outros nutrientes importantes para o controle da pressão arterial. A recomendação da diretrizes é da dieta DASH ( Dietary Approaches to Stop Hypertension ) que possui as características citadas acima.
Tenho Pressão Alta, e agora?
Se você já foi diagnosticado com hipertensão arterial, seja aderente ao tratamento. Além das dicas acima, você também precisa:
- Seguir as recomendações médicas quanto às medidas de pressão domiciliares. Anotar os valores para que o médico possa acompanhar e avaliar os resultados do tratamento.
- O tratamento medicamentoso deve ser seguido à risca, obedecendo sempre os horários da medicação. Nunca abandone ou diminua a dosagem dos remédios sem a recomendação médica.
- Adequar um estilo de vida mais saudável é fundamental para bons resultados. Não é fácil e deve ser permanente.
- Consultas e exames periódicos, orientados pelo seu médico, são fundamentais para acompanhamento cardiológico.