A estenose aórtica é uma doença da valva aórtica que limita o fluxo de sangue que sai do coração, sobrecarregando-o e causando adaptação progressiva do músculo cardíaco na tentativa de garantir que o sangue trabalhe mais para bombear uma quantidade o suficiente para as demandas do organismo. É importante que o tratamento para estenose aórtica seja feito de forma precisa.
Por ser uma condição que compromete o funcionamento do coração, o seguimento aos pacientes e o tratamento para estenose aórtica deve ser realizado tão logo é feito o diagnóstico.
O paciente portador de estenose deve ser acompanhado periodicamente pelo médico cardiologista para que haja o monitoramento do quadro clínico evolutivo, permitindo as intervenções precisas em cada etapa da doença.
Para esclarecer dúvidas acerca da cardiopatia, o cardiologista Dr. Henrique Grinberg, respondeu aos principais questionamentos sobre o tratamento para estenose aórtica. Confira a seguir.
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O que é estenose aórtica?
Responsável por bombear o sangue para o corpo, o coração segue etapas específicas para manter o sistema circulatório funcionando. Uma delas é enviar o sangue que foi oxigenado para a aorta, maior e mais importante artéria do corpo humano, por meio da valva aórtica.
A valva abre para a passagem do sangue oxigenado e fecha no momento exato para impedir que o sangue volte ao coração. A estenose aórtica é caracterizada pela degeneração dos folhetos das valvares e calcificação, limitando a área de abertura e aumentando as pressões de dentro do coração, sobretudo o ventrículo esquerdo. Essa sobrecarga de pressão implica em mudanças adaptativas progressivas do músculo cardíaco, o que leva à insuficiência cardíaca.
Quais são os sintomas da estenose aórtica?
Como o coração trabalha sobrecarregado para compensar a limitação imposta pela valva aórtica doente, o paciente com estenose aórtica pode apresentar os seguintes sintomas:
· Cansaço;
· Falta de ar;
· Palidez;
· Palpitações;
· Dor ou pressão no peito;
· Tontura;
· Desmaio.
Os pacientes costumam sentir os prejuízos da estenose aórtica quando não conseguem fazer um exercício físico ou outra atividade que exija capacidade física. É fundamental buscar o tratamento para estenose aórtica assim que um ou mais sintomas forem identificados.
Como é feito o diagnóstico da estenose aórtica?
Através da anamnese e, principalmente, do exame físico que o diagnóstico é feito. “Um sopro é auscultado com o estetoscópio e podemos até graduar a importância da doença ao identificarmos alterações do pulso e frêmito (vibração gerada no tórax pelo fluxo de sangue através da valva doente)”, explica o cardiologista Dr. Henrique Grinberg. Contudo, exames complementares são necessários para a confirmação e estratificação da doença. Os exames comumente solicitados são: eletrocardiograma, ecocardiograma, radiografia de tórax e exames de sangue.
Como é o tratamento para estenose aórtica?
O tratamento da estenose aórtica está diretamente relacionado com o seu grau de complexidade. A doença pode ser considerada leve, moderada ou grave, dependendo do grau de comprometimento da área valvar e da limitação do fluxo de sangue que sai do coração. É claro que os sintomas e o grau de disfunção do coração devem ser contemplados na determinação da gravidade da doença.
É importante ressaltar que o tratamento para estenose aórtica nem sempre é cirúrgico, a maioria dos pacientes recebe acompanhamento cardiológico e a necessidade de intervenção é individualizada caso a caso. Nos casos mais graves, o tratamento intervencionista beneficia o paciente, melhorando a qualidade de vida e a sobrevida deles. Em caso de intervenção, são possíveis as cirurgias descritas a seguir:
· Cirurgia convencional: na qual a valva defeituosa é trocada por uma prótese, que pode ser feita de material biológico ou metálico;
· Intervenção via cateterismo (TAVI): na qual é realizado um implante percutâneo de prótese valvar aórtica, sem necessidade de abertura do tórax.
Seja qual for o grau de complexidade, é indispensável realizar o tratamento para estenose aórtica e o acompanhamento posterior com um médico cardiologista. Isso ajudará a controlar doenças associadas que deixam a saúde fragilizada, como a doença arterial coronariana e o diabetes, e a garantir uma vida mais saudável para o paciente.
Fonte: Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC);